OBJETIVO: O Rio Grande do Sul apresenta significativos coeficientes de mortalidade ao câncer de esôfago, com diferenças importantes nas microregiões, sugerindo a ação de fatores de riscos externos. Este estudo tem como objetivo mostrar a relação do câncer de esôfago com o hábito de fumar, ingerir álcool e mate. CASUÍSTICA E METODOLOGIA: Foram entrevistados 55 pacientes com câncer de esôfago e 110 pacientes controles, sem evidências de tumor à endoscopia. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças em relação ao sexo e idade entre casos e controles (p>0,05). Entre os casos foram verificados mais freqüentemente a presença de indivíduos cuja profissão estava ligada à atividade agrícola (RC 3,3; 95 % IC 0,9-11,2), pai com antecedente de câncer (RC 6,9; 95 % IC 1,9-25,6), fumantes e ex-fumantes (RC 2,5; 95 % IC 1,1-5,9), tomadores e ex-tomadores de bebidas alcoólicas (RC 5,3; 95 % IC 2,6-11,0), tomadores e ex-tomadores de mate (RC 3,6; 95 % IC 1,3-9,8). Outras variáveis mais freqüentes entre os casos de câncer de esôfago: fumantes > 20 anos, entre os tipos de álcool o uso de cachaça, ingestão de álcool diariamente, ingestão de mate diariamente e o hábito de adicionar sal nos alimentos. CONCLUSÕES: Fumo, álcool, mate, agricultores e antecedentes de pai com câncer foram significativamente mais freqüentes entre os casos de câncer de esôfago em relação aos controles. Mate foi significativo, independente da quantidade ingerida/dia.
Câncer de esôfago; Fatores de risco; Epidemiologia