OBJETIVO: Determinar a incidência e os fatores de risco relacionados a infecção do trato urinário (ITU) em pacientes submetidos à sondagem vesical de demora (SVD). MÉTODOS E CASUÍSTICA: Cento e trinta e seis pacientes submetidos à SVD entre maio e dezembro de 1993 no Hospital Universitário(HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Estudo observacional de coorte contemporânea, não-controlado, em pacientes submetidos a SVD, que foram seguidos desde a inserção até a remoção da sonda. Culturas de urina no ato da inserção e da retirada foram realizadas em meios convencionais para bactérias aeróbicas; também foi cultivado material obtido com "swab" do meato uretral. Na análise estatística usou-se métodos paramétricos para variáveis categóricas e contínuas, e análise multivariada para determinação de fatores de risco para ITU. RESULTADOS: A incidência de ITU associada a SVD nesta amostra foi de 11 % . Na análise univariada três fatores foram significativos estatisticamente: a doença de base (clínica ou cirúrgica) (p=0,01), a permanência em uma clínica durante a internação(p=0,02) e a duração (em dias) da cateterização (p= 0,00003) Na análise multivariada, somente a duração da sondagem vesical foi preditiva para ITU (p = 0,03). CONCLUSÕES: A incidência de ITU relacionada a SVD na amostra analisada foi de 11,0%, porque no HU da UFSC existe um controle dos fatores de risco alteráveis. A duração da sondagem vesical é um importante fator de risco para este problema. Recomenda-se limitar ao mínimo necessário o tempo de cateterização em pacientes internados.
Infecção urinária; Cateter vesical; Infecção nosocomial; Fatores de risco