OJETIVO: Estudo, de caráter exploratório, que trata de dilemas de natureza ética de microalocação de recursos escassos de saúde, objetivando-se, com base em referenciais bioéticos, deontológicos e utilitaristas, analisar critérios sociais considerados nas escolhas para seleção de pacientes no atendimento de emergências médicas por parte de parcela da opinião pública. MÉTODOS: Foram entrevistadas 395 pessoas, na cidade de Diadema/SP, que responderam a nove situações que versaram sobre os seguintes critérios sociais: idade, sexo, responsabilidade social, condição econômica e local de residência. RESULTADOS: Significativa parcela dos pesquisados parece aceitar que o uso de critérios sociais seja válido em situação de escassez de recursos. Mostrou a presença de elementos identificadores de correntes éticas deontológicas (justiça como eqüidade) como de correntes utilitaristas de tomada de decisão. CONCLUSÕES: Demonstrou-se uma expressiva opção pelas pessoas que se encontram em situação de "maior desfavorecimento", ou seja, se favorecem "os mais desafortunados", em detrimento de situações que pudessem levar a um maior custo/benefício social.
Bioética; Microalocação de recursos; Ética institucional; Seleção de pacientes; Utilitarismo; Eqüidade