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Vilosite de etiologia desconhecida em placentas de gestações com hipertensão arterial e de gestações com recém-nascidos pequenos para a idade gestacional

Villitis of unknown etiology in placentas of pregnancies with hypertensive disorders and of small-for-gestational-age infants

OBJETIVOS: Analisar a freqüência da vilosite de etiologia desconhecida (VED) e suas características histológicas em placentas de gestações com hipertensão arterial materna e de gestações com recém-nascidos (RN) pequenos para a idade gestacional. MÉTODOS: Foram estudadas 213 placentas de mães e RN sem evidências clínicas ou sorológicas de infecção. Estas placentas foram subdivididas conforme a condição materna em: normotensas - 151 casos, doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) - 37 e hipertensão crônica - 25 e, de acordo com o peso do RN, em: pequenos (PIG)- 38 casos e adequados para a idade gestacional (AIG) - 175. Destas placentas, 81 pertenciam a uma amostra aleatória, que foi utilizada para determinar a freqüência de VED na população estudada. Foram retirados oito fragmentos do parênquima placentário e as secções histológicas foram coradas por HE. Para análise estatística foram utilizados os testes de qui-quadrado e exato de Fisher, sendo p < 0.05 considerado significante. RESULTADOS: A freqüência de VED nas placentas foi de 30,8% na amostra aleatória, 39% nas normotensas, 29,7% nas gestações com DHEG, 32% nas hipertensas crônicas, 34,2% nos RN PIG e 37,1% nos RN AIG. Nas placentas de gestações com hipertensão arterial predominou a vilosite com componente parenquimatoso (DHEG - 27%, hipertensão crônica - 28%). Este tipo de vilosite também foi a mais comum nas placentas dos RN PIG (31,5%). Em contraste, a vilosite basal sem o componente parenquimatoso predominou nas placentas de normotensas (16,5%) e de RN AIG (14,8%). A maioria das vilosites era de intensidade leve. CONCLUSÕES: Na população estudada, a freqüência de VED é alta, em torno de 30%. A VED ocorre com freqüências semelhantes em placentas de normotensas, de gestações com DHEG ou hipertensão crônica e em RN PIG e AIG, porém a vilosite basal sem o componente parenquimatoso é mais comum em normotensas e RN AIG. É possível que este tipo de vilosite seja resultante de uma estimulação antigênica diferente daquela da vilosite com componente parenquimatoso.

Placenta; Vilosite; Hipertensão arterial; Recém-nascido pequeno para a idade gestacional


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