OBJETIVOS: Avaliar se, no Brasil, o número de anos em tratamento dialítico dos pacientes portadores de estágio final de doença renal (EFDR), com e sem diabetes melito, está relacionado com o risco de morte. MÉTODOS: Análise de dados do Ministério da Saúde do Brasil de 25.952 pacientes com idade superior a 18 anos, portadores de EFDR, que estavam em tratamento dialítico em abril de 1997. Foram registrados os casos de óbito que ocorreram entre abril de 1997 e julho de 2000. Modelos de Cox foram utilizados para estimar o risco relativo (RR) da associação entre número de anos em tratamento dialítico e risco de morte. RESULTADOS: O risco de morte foi significantemente menor nos pacientes que estavam em diálise entre 3 e <10 anos, comparado com 1 e <2 anos (RR entre 0,78 e 0,88). Com o ajuste para idade e diabetes, este efeito do número de anos em diálise reduziu-se. Em diabéticos (n=2.952), o risco ajustado de morte mostrou uma ten-dência de redução com o aumento do número de anos em diálise. CONCLUSÕES: No Brasil, o risco de morte de pacientes portadores de EFDR reduz-se com o aumento do número de anos em tratamento dialítico, até aproximadamente 10 anos. Este achado pode ser parcialmente explicado pela menor média de idade e pela menor prevalência de diabetes nos que estavam em diálise por um tempo mais longo. O efeito do número de anos em tratamento dialítico sobre o risco de morte parece ser mais forte em diabéticos.
Diálise; Risco de morte; Estágio final de doença renal