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Associação do polimorfismo do gene da enzima conversora da angiotensina com dados ecocardiográficos em jovens normotensos filhos de hipertensos

Association of angiotensin converting enzyme polimorphism and ecocardiographic measures in young siblings of hypertensive parents

OBJETIVOS: Os autores objetivaram no presente estudo avaliar o polimorfismo da enzima conversora da angiotensina com dados do ecocardiograma de jovens estudantes de Medicina, filhos de hipertensos, comparados com jovens filhos de normotensos. MÉTODOS: Foram estudados 80 jovens normotensos divididos em dois grupos: 40 filhos normotensos de pais hipertensos e 40 filhos normotensos de pais hipertensos. Critérios de exclusão foram hipertensão arterial, fumo, obesidade, uso de contraceptivos orais. Uso crônico de medicamentos e presença de qualquer doença. Os alunos foram incluídos entre 1994 e 1996. Cinqüenta alunos foram submetidos a ecocardiograma transtoráxico. A análise estatística foi feita através do teste T de Student. A avaliação do polimorfismo do gene da enzima conversora da angiotensina foi feita nos 80 alunos conforme segue: 1) 5 ml de sangue em tubo contendo EDTA, 2) extração do DNA, 3) medida da concentração do DNA por eletroforese, 4) reação em cadeia de polimerase com ''primer'' do gene da enzima conversora da angiotensina, 5) análise do polimorfismo do gene da enzima conversora da angiotensina através da eletroforese e 6) análise estatística através do teste do Qui-quadrado. RESULTADOS: O grupo de estudantes filhos de hipertensos mostraram maior espessura do septo interventricular (7,82mm+/-0,69 contra 7,38 +/- 0,8, p<0,05). Por outro lado não encontramos diferenças entre os grupos em relação ao genótipo do gene da enzima conversora. Filhos de hipertensos DD 42,5%, DI 37,5%, II 20% contra filhos de normotensos: DD 37,5%, DI 32,5%, II 30%, (p=0,58). Não encontramos mesmo diferenças quando considerados os alelos. O grupo com pais hipertensos D 61,25%, I 38,75%, contra grupo com pais normotensos D 53,75%, I 46,25% (p=0,33). Dividimos o grupo em dois, considerando a média da espessura do septo interventricular e a massa do ventrículo esquerdo e também não encontramos diferenças: estudantes com pais hipertensos com septo > 7,82mm; DD 32%, DI 24%, II 20% contra septo < 7,82mm; DD 86%, DI 12%, II 4% (p=0,7). Naqueles com pais normotensos septo > 7,38mm: DD28%, DI12%, II 12%, contra septo < 7,38mm: DD16%, DI6%, II 16% (p=0,59). Em relação à massa ventricular em filhos de pais hipertensos: massa > 131,52g: DD 20,69% DI 13,79%, II 6,9% contra massa < 131,52g: DD 24,24%, DI 17,24%, II 17,24% (p=0,72). No grupo de alunos filhos de pais normotensos massa > 117,11g: DD 30,43%, DI 8,7%, II 8,7% contra massa < 117,11g: DD 13,04%, DI 21,74%, II 17,39% (p=0,17) CONCLUSÃO: Encontramos diferenças entre a espessura do septo interventricular de estudantes normotensos filhos de hipertensos e filhos de normotensos. Por outro lado, não encontramos diferenças entre os grupos considerando o polimorfismo do gene da enzima de conversão da angiotensina, assim como qualquer relação do gene da enzima de conversão da angiotensina e a espessura do septo e massa ventricular.

Hipertensão arterial; Gene da Enzima de Conversão da Angiotensina; Hipertrofia ventricular


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