OBJETIVO: Determinar a freqüência das manifestações oftalmológicas de pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) no período pós-HAART (terapia anti-retroviral com drogas altamente eficazes) e correlacioná-la com a literatura e com a experiência da Universidade Federal de São Paulo no período pré-HAART10,11. MÉTODOS: Foram avaliados os prontuários de 200 pacientes sucessivos atendidos no setor de Uveítes/AIDS desta Instituição, no período de maio de 2000 a fevereiro de 2001. RESULTADOS: Dos 200 pacientes, 84 (42%) apresentaram alterações oftalmológicas relacionadas à infecção pelo HIV na primeira consulta. Os diagnósticos oftalmológicos foram: 36 (18%) com retinite por citomegalovírus (CMV) (nove com doença ativa e 27 com lesão cicatrizada), 22 (11%) com retinite por toxoplasmose (nove com doença ativa e 13 com lesão cicatrizada), 15 (7,5%) com descolamento de retina (10 secundários à CMV, três a toxoplasmose e dois não determinados), oito (4%) com catarata (cinco secundários à descolamento de retina e uveíte pelo CMV, um por uveíte secundário à toxoplasmose, e dois indeterminados), oito (4%) com exsudatos algodonosos, entre outros. CONCLUSÃO: Observamos no período pós-HAART aumento do número de pacientes com exame oftalmológico normal e tendência à dimimuição dos casos de retinite por CMV, quando comparados aos casos examinados no período pré-HAART.
AIDS; HAART; Citomegalovírus; Retinite; Toxoplasmose; Necrose retiniana aguda