OBJETIVO: Entre as doenças crônicas, a insuficiência renal crônica terminal (IRCT) se destaca no impacto negativo sobre a qualidade de vida (QV). O estudo teve como objetivo verificar mudança de QV em portadores de IRCT em hemodiálise durante 12 meses e identificar variáveis associadas com piora ou melhora de QV. MÉTODOS: A amostra foi constituída por uma coorte de 93 pacientes de uma mesma unidade hospitalar localizada no interior do Ceará, Brasil. O instrumento Medical Outcomes Study Questionaire 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) foi aplicado em 2004 e 2005 para medida de QV com pontuações de 0 (pior) a 100 (melhor) referentes a oito dimensões e dois componentes resumidos (físico e mental). A amostra foi estratificada em três categorias: sem mudança, com melhora e sem piora de QV de acordo com a variação dos dois componentes resumidos (físico e mental). RESULTADOS: Houve variação média positiva (melhora) das pontuações referentes à dimensão Limitação por Aspectos Emocionais (36,0 ± 40,1 vs. 57,0 ± 45,7; p=0,004) e ao Componente Mental Resumido (53,4 ± 22,2 vs. 61,6 ± 23,5; p=0,021). Pacientes com variação negativa (piora) referente ao Componente Mental encontravam-se há menos tempo em diálise quando comparados com os pacientes sem mudança (36,4 ± 32,9 vs. 74,0 ± 54,8 meses; p=0,008). CONCLUSÃO: Maior tempo em diálise se associou com melhora de aspectos mentais de QV em portadores de IRCT. Adaptação psicológica, como ocorre em outras doenças crônicas, poderia ser a explicação para esse resultado.
Qualidade de vida; Hemodiálise; Insuficiência Renal Crônica Terminal