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Cuidados pré-operatórios em hepatopatas

Pre-operative care for liver disease patients

Cirurgias realizadas em pacientes com reserva funcional hepática reduzida podem apresentar altos índices de morbi-mortalidade. Uma triagem pré-operatória ideal visa detectar a doença hepática pré-existente, sem necessidade de métodos invasivos. A história clínica e o exame físico fornecem pistas importantes. A quantificação da função hepática de rotina não é necessária, a menos que exista alguma alteração na história ou exame físico. A doença hepática causa diversos efeitos na cirurgia e anestesia. A indução anestésica, hemorragias, hipoxemia, hipotensão, drogas vasoativas e até a posição do paciente na mesa cirúrgica podem provocar diminuição na oxigenação e maior risco de disfunção hepática no intra e pós-operatório. A cirurgia de emergência é um grande preditor de mau prognóstico assim como a sepse e as reoperações. Para uma correta preparação pré-operatória, deve-se levar em consideração a natureza da doença hepática, sua gravidade e o tipo de cirurgia a ser realizada. Algumas ações devem ser tomadas no pré-operatório para diminuir as chances de complicações em pacientes portadores de hepatopatias submetidos a procedimentos cirúrgicos. O combate à coagulopatia, encefalopatia, ascite, disfunção renal e pulmonar, peritonite bacteriana espontânea e varizes de esôfago deve ser precoce e agressivo. Doentes Child-Pugh C e MELD > 15 não devem ser submetidos a cirurgias eletivas. Doentes Child-Pugh B e com MELD de 10 a 15 podem ser submetidos a pequenos procedimentos cirúrgicos em caso de extrema necessidade e com cautela. Finalmente doentes Child-Pugh A e MELD < 10 podem ser operados.

Cuidados pré-operatórios; Hepatopatias; Insuficiência hepática


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