Este artigo trata da instabilidade política na América Latina, especialmente dos países componentes da Região Andina, do Cone Sul e do Brasil. Investigamos as causas do surgimento de novas lideranças políticas nesses países e a relação dessas lideranças com situações de estabilidade ou de instabilidade políticas. O artigo sustenta que o surgimento de novas lideranças na América Latina, que tem emergido numa dinâmica de estabilidade e instabilidade política, não pode ser compreendido unicamente por hipóteses que ressaltem os traços populistas ou de falhas da modernização política, dado que a casuística mais profunda de tal emergência deveria ser procurada em novas clivagens que apontam para uma renovação de elites, mas também para o surgimento de clivagens de identidade étnica e social assim como de um novo padrão de relacionamento entre movimentos sociais e novas lideranças. Concluímos que a ascensão de novas lideranças políticas nos países analisados está geralmente ligada a uma crise de legitimidade do sistema político. Assumimos também que o "neopopulismo" pode ser uma variável explicativa da emergência de novos atores nos contextos de instabilidade política, não podendo tal variável, entretanto, ser descontextualizada.
elite política; neopopulismo; Região Andina; instabilidade política; legitimidade política; economicismo