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A crise da potência inteligente: os EUA e a grande estratégia de acomodação no governo Obama

Os objetivos do artigo são explicar (i) a adoção da grande estratégia de acomodação, pelos Estados Unidos da América (EUA), durante a administração de Barack Obama, para lidar com as principais ameaças a tal Estado no nível internacional e (ii) examinar os efeitos da crise econômico-financeira internacional iniciada em 2008 sobre a atuação internacional dos EUA. Foi desenvolvido, a partir da perspectiva analítica de Joseph S. Nye Jr. acerca do conceito de "poder inteligente", um estudo qualitativo no qual se buscou sustentar três argumentos centrais: (i) a adoção da grande estratégia de acomodação mostrou-se relacionada ao conceito de "poder inteligente" que informa as posições da administração Obama; (ii) a crise não provocou um desafio fundamental à posição predominante dos EUA no sistema internacional, mas confirmou a necessidade de reajuste da grande estratégia de tal Estado na direção da acomodação dos interesses de grandes potências, economias emergentes e Estados hostis aos EUA; (iii) o reajuste da grande estratégia norte-americana não atingiu plenamente os resultados almejados por tal administração em face da cooperação limitada por parte de outras grandes potências, economias emergentes e Estados hostis aos EUA. As principais conclusões apontam que os EUA podem reforçar sua posição de "potência inteligente" se investirem mais em bens públicos globais, oferecendo o que povos e governos ao redor do mundo desejam, mas não conseguem sozinhos. Ao complementarem seu poder militar e econômico com um investimento maior em seu poder brando, os EUA poderiam reconstruir a estrutura necessária para lidar com desafios globais.

EUA; Barack Obama; poder inteligente; grande estratégia; crise econômicofinanceira


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