Embora a produção brasileira de amêndoa de castanha-de-caju tenha crescido nos anos 2000, sua participação no mercado internacional reduziu-se, revelando perda de competitividade desse agrossistema. A produtividade na produção rural é baixa e subsiste uma antiquada estrutura de governança das relações entre produtores, intermediários e processadores de castanha em casca. Novas formas de coordenação estão sendo testadas, mas ainda não foram capazes de substituir a antiga. O objetivo desse artigo é identificar o conjunto de barreiras à transformação dessa estrutura. O referencial teórico adotado encontra-se fundamentalmente na Economia de Custos de Transação. Para investigação empírica, adotou-se o método de pesquisa rápida (rapid appraisal), compreendendo entrevistas junto a uma amostra não probabilística de agentes da cadeia nos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Os resultados mostram que há resiliência da estrutura de governança antiga, a qual está assentada na funcionalidade e capacidade de reação dos intermediários. Assim, a estratégia de mudança cautelosa das empresas processadoras é, por um lado, racional diante de grandes incertezas, e, por outro, lenta diante das transformações do mercado internacional.
Sistemas agroindustriais; Coordenação; Castanha de caju; Brasil