Este trabalho teve como objetivo analisar o orçamento de capital (OC), voltado a investimentos em ativos de capital (máquinas e equipamentos), desempenhado por gestores de empresas algodoeiras. Sua elaboração foi motivada pela queda produtiva em algumas regiões do País em que a cultura algodoeira era tradicional, especificamente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A escolha das empresas levou em conta a disponibilidade dos gestores em conceder entrevistas presenciais. Dessa forma, partindo-se de uma abordagem qualitativa e exploratória sobre os dados, aplicou-se uma análise de conversação, forma de análise de conteúdo que permitiu identificar particularidades de cada unidade investigada e realizar inferências quanto a razões, causas e motivações em relação aos investimentos dessa natureza. Resultados apontam para um enfoque gerencial mais voltado à tentativa de se garantir resultados operacionais satisfatórios no curto prazo. Assim, a gestão na maioria das empresas pesquisadas não considera um planejamento de investimentos no médio e longo prazos devido à percepção quanto aos baixos ganhos marginais da substituição e investimento em novos ativos. Constatou-se ainda uma forte influência de experiências passadas nas decisões de investimento dos gestores entrevistados. Tais observações podem impedir políticas de investimento e de negócios focadas no desenvolvimento do setor como uma forma de contornar suas dificuldades, mesmo havendo mobilizações recentes por parte dos produtores.
Orçamento de capital; Investimentos produtivos; Algodoeiras; Cotonicultura; Risco gerencial