Além de enfatizar a importância da instituição maçônica brasileira no final do século XIX e início do XX, este trabalho pretende, de alguma forma, contribuir para redimensionar a atuação dos pedreiros-livres naquele momento tão significativo de nosso processo histórico. Contrariando a tradição historiográfica, que julga a maçonaria uma instituição inexpressiva no período, o artigo procura demonstrar que ela foi uma das principais instituições engajadas na luta pela estruturação de uma nova identidade nacional, entrando em confronto direto com a Igreja Católica, fortalecida pelo discurso conservador ultramontano. Mostra também que a eclosão da Questão Religiosa, em 1872, além de galvanizar os debates maçônicos, acabou propiciando transformações em seu campo de atuação. A primeira foi a maior identificação com o movimento da ilustração brasileira na sua luta pela modificação da face do país. Outra transformação foi ampliar os investimentos em beneficência e instrução, como forma de se contrapor ao fortalecimento da Igreja Católica: estava em jogo a capacidade de cada uma dessas instituições de influenciar a organização da sociedade.
maçonaria; ilustração brasileira; Igreja Católica