Este artigo focaliza a complexa aliança entre a história e a ficção em Os sertões a partir de novas teorias sobre a textualidade da história e de novas metodologias de abordagem do texto literário, como o ‘novo historicismo’. Após uma sinopse dessas teorias e metodologias, examina os processos de construção da narrativa de Os sertões, demonstrando como o texto é marcado pela interpenetração do sistema que informa o cientista com o que rege o artista. À medida que o arcabouço intelectual e científico importado da Europa se mostra insuficiente para registrar a realidade brasileira, o texto euclidiano começa a deslizar entre a história e a ficção. A conclusão: apenas interstícios entre história e ficção Euclides consegue localizar aquela verdade que, desde a ‘Nota preliminar’, afirmava ser seu objetivo principal.
textualidade; ficcionalização; narrativa histórica; novo historicismo; sertão; Euclides da Cunha