Este artigo discute atributos de Os sertões, analisando sua ontologia discursiva, em particular os aspectos ligados às narrativas imaginárias e literárias. Mostra que a principal obra de Euclides conjuga pelo menos dois modos discursivos: o das ciências e um outro que caracteriza as narrativas sobre realidades imaginárias e literárias. Trechos são destacados com o objetivo de demonstrar que na sua construção híbrida participam elementos que poderiam pertencer tanto à ficção como à historiografia. Apoiando-se em Hayden White, o autor contempla três modos interpretativos da história de Canudos em Os sertões: o argumentativo, o explicativo e o ideológico. Finalmente, realiza breve comparação com A guerra do fim do mundo, de Vargas Llosa, quanto ao modo e a seqüência como são narrados os fatos.
Euclides da Cunha; Os sertões; crítica literária; literatura brasileira; Canudos; Mario Vargas Llosa; A guerra do fim do mundo