Neste artigo é feita uma interpretação da construção do conhecimento geológico do principal livro de Euclides da Cunha. Visando caracterizar este conhecimento, são buscadas em cadernetas de anotações, reportagens e artigos de e sobre Euclides da Cunha e no próprio livro, as evidências que possam nortear o entendimento de por que o conteúdo geológico ganha tão forte significação em Os sertões, a ponto de se constituir em elemento para construções metafóricas em momentos importantes da sua narrativa. Partindo dos escritos de Euclides da Cunha, relacionados à guerra de Canudos, mas anteriores ao livro, busco uma interpretação sobre a maneira como se processava o conhecimento do engenheiro nas suas mediações com autores e trabalhos das ciências naturais e mais especificamente geológicas, o que significa, em certos momentos, uma comparação textual de Os sertões com livros e artigos, cujas evidências apontem a possibilidade de terem servido de fonte para o escritor.
Os sertões; Euclides da Cunha; história das ciências; metáforas geológicas; conhecimento geológico