O artigo trata de alguns dos principais aspectos que nortearam a inserção política e social da psiquiatria na sociedade brasileira de fins do século XIX e início do século XX, através da análise de certas temáticas - civilização, raça, trabalho, fanatismo, contestação política, sexualidade - privilegiadas pelos especialistas na construção da noção de ‘doença mental’, conferindo-lhe limites extremamente amplos e difusos. A partir da análise de textos produzidos por psiquiatras e legistas - tais como teses da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, relatórios do Serviço de Assistência a Alienados, obras e artigos de especialistas -, busca-se estabelecer e discutir a relação entre a definição psiquiátrica das fronteiras da ‘anormalidade’ e as tentativas de implementação de novas estratégias de controle social.
psiquiatria; doença mental; controle social