Este artigo analisa a produção discursiva da psiquiatria higienista brasileira — cujo objeto são as relações entre psiquismo e trabalho humano —, nas décadas de 1920 e 1930. Denominamos de trabalho e higiene mental (THM) o campo (Bourdieu, 1989) de saber e de práticas resultante da interseção desses dois registros. Com base na associação de elementos da "arqueologia do saber" e da "genealogia do poder", de Foucault, e usando os Archivos Brasileiros de Hygiene Mental (ABHM), analisamos os discursos referentes às relações entre trabalho e higiene mental produzidos pela Liga Brasileira de Hygiene Mental (LBHM), buscando apontar suas condições histórico-políticas, seus referentes conceituais básicos — incluindo-se aí as dimensões do objeto, do enunciado e da teorização — e seus objetivos quanto à formação e organização da força de trabalho industrial.
saúde mental; psiquiatria; saúde ocupacional