Este artigo procura chamar atenção para a importância da história natural na produção do conhecimento médico a partir de fins do século XVIII e, ao mesmo tempo, elucidar a posição estratégica que, no século XIX, o Império brasileiro veio a ocupar no programa de pesquisa orientado pelo paradigma etiológico ambientalista, sob a égide da geografia médica. A análise do relatório da viagem realizada pelo médico francês Alphonse Rendu ao Brasil, entre 1844 e 1845, permite destacar uma fase característica daquele ramo da medicina acadêmica européia. Ao mesmo tempo, o artigo permite identificar uma segunda fase da geografia médica, inaugurada a partir da criação dos Archives de Médecine Navale, na década de 1860.
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