Um novo entendimento do sucesso e do fracasso da assim chamada política de reserva de mercado dos computadores é oferecido chamando atenção para as redes, as rupturas e as interferências sociotécnicas. São utilizados três modelos de liberdade para abordar os princípios de organização política na tradição liberal democrática. E três desenvolvimentos sociotécnicos dos anos 1970 e 1980 se destacam: o caráter especial da comunidade de profissionais brasileiros de informática nos anos 1970; a intervenção da polícia política da ditadura militar; e o aparecimento do microcomputador. A análise derivada da combinação destes elementos coloca em cena uma divisão do período em duas fases. A primeira apresenta uma afinidade, em geral não levada em conta, entre as práticas democráticas liberais e a possibilidade de implementação bem-sucedida de políticas industriais e tecnológicas - buscando simultaneamente o desenvolvimento econômico e o das ciências e tecnologias locais no Brasil.
computadores; política industrial; democracia; autoritarismo; comunidade