Neste artigo procura-se refletir sobre as vicissitudes da integração da vacina antivariólica na sociedade goesa (Estado da Índia Portuguesa) do século XIX. A prática da vacinação antivariólica - em confronto com a inoculação variólica - põe a descoberto dinâmicas sociais locais e redes de relações de poder que não se esgotam na dualidade colonizador/colonizado, combinando-se com as questões científicas e técnicas importadas da Europa e apropriadas localmente. Os documentos oficiais, produzidos pelos médicos do serviço de saúde e outras autoridades administrativas, revelam os atores implicados na sorte da vacina antivariólica, suscitando hipóteses interpretativas sobre suas motivações relacionadas a fatores (sociais, econômicos, técnicos, políticos) que condicionavam seu discurso e sua ação.
vacina; variolização; Goa; medicina colonial; história da medicina