Este ensaio analisa o desenvolvimento da instituição psiquiátrica moderna, representado de maneira mais significativa pelo surgimento da organização manicomial tradicional. Nesse tipo de instituição, o processo de controle comportamental opera nas mesmas bases epistemológicas que deram ensejo ao modelo burocrático de dominação, ou seja, de acordo com a orientação racional instrumental que legitima a previsibilidade e a eficiência como princípios centrais. Em contrapartida, observa-se recentemente uma ruptura com tal tipo organizacional, expressa pelos movimentos antimanicomial e da antipsiquiatria, que se deram, primeiro, sob a forma de denúncia e crítica ao telos contraditório patente no instituto manicomial, e depois a partir de propostas reformistas. Em último plano, tal mudança de paradigma ocorre no sentido de uma humanização da interação entre os diferentes atores do modelo manicomial.
instituição psiquiátrica moderna; modelo manicomial; reforma psiquiátrica; lógica organizacional