Este artigo analisa as viagens científicas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) numa perspectiva pós-colonial, examinando-as como parte de um processo mais amplo de mundialização da ciência e de construção de representações históricas e geográficas no Brasil imperial. Inicialmente, mostra-se como, na Europa, o nacionalismo e o imperialismo respaldaram a epistemologia da história natural e das viagens científicas. Em seguida, evidencia-se como projetos colonialistas se articulam aos textos de história natural, arqueologia e etnografia do IHGB. Por fim, como todo discurso histórico tem em mira a crítica do presente, dialoga-se com a idéia colonialista de Brasil que se formulou durante o período imperial, enfatizando-se como ela, com efeito, não é um arquivo morto, mas permanece entre nós, internalizando nossas identidades sociais.
colonialismo; viagens científicas; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB); Brasil imperial