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Torrente de loucos: a linguagem da degeneração na psiquiatria portuguesa da transição do século XIX

O propósito do presente artigo é mostrar a importância de um modelo das acções humanas fortemente naturalizado que, tomando por eixo uma explicação hereditária, terá sido amplamente usado pela psiquiatria portuguesa da transição do século XIX, em continuidade com o que se passava no contexto europeu. A 'degeneração' instituiu-se como uma espécie de mapa a partir do qual se classificou e descreveu experiências com contornos eventualmente ameaçadores para uma certa concepção de ordem social e política. Fenómenos vários, nosologicamente descritos de formas diferenciadas, viriam a ser integrados na linguagem da degeneração. O seu carácter expansivo e pretensamente metateórico viria a estar implicado na sua agonia, vindo a ser progressivamente substituído por um outro modelo, a psicanálise.

psiquiatria; degeneração; psicanálise; século XIX; Portugal


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