Aborda o papel das viagens científicas realizadas por médicos, durante a primeira metade do século XX, na imaginação social sobre o Brasil. Com esse objetivo, são analisados dois textos: o relatório de Arthur Neiva e Belisário Penna, publicado em Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, e o de Julio Paternostro, que veio a público em 1945 no livro Viagem ao Tocantins. O primeiro contribuiu para que se apontasse a patologia como marca definidora da identidade nacional durante a Primeira República (1899-1930). Esse fato teria repercussões nas décadas seguintes, como se verificou com relação ao livro de Paternostro, apresentado na época de sua publicação como obra de denúncia dos problemas nacionais. Além das doenças, a distância não apenas geográfica, mas sobretudo cultural entre litoral e sertão são os atributos ressaltados nesses retratos do Brasil.
sertão; viagens científicas; medicina tropical; Coleção Brasiliana; Brasil