A fim de analisar a discussão sobre a eficácia do soro antipestoso produzido pelo Instituto de Manguinhos no começo do século XX, faz-se breve apreciação da atuação de Oswaldo Cruz à frente da Diretoria de Saúde Pública e, em seguida, aborda-se a polêmica propriamente por meio da sua correspondência com Miguel Pereira, Vital Brazil, Chapot Prévost e Francisco Fajardo. Evidencia-se, nessas cartas, o grau de incerteza e experimentação que marcava a bacteriologia no Brasil daquele momento, embora, publicamente, ela se apresentasse como conhecimento seguro e inquestionável. Mostra-se como argumentos de natureza extracientífica interferem no desenvolvimento de pesquisas e na aceitação dos produtos médicos.
controvérsias científicas; sorologia; soro antipestoso; microbiologia; Brasil