Examina as expressões de demofobia da classe política da Primeira República, em faces das manifestações do povo carioca, relacionando-as à necessidade de mudar para o interior a sede do governo federal. A literatura demófoba produzida pelos liberais europeus contrários à democratização em seus países impregnou a orientação da classe política brasileira do período. Empenhados em construir uma federação oligárquica, viam a população do Rio de Janeiro como uma ameaça. Contra um subversivo povo-multidão de uma capital cosmopolita, artificial e estrangeirada, o federalismo oligárquico valorizava um ‘autêntico' povo brasileiro que remetia ao imaginário de uma população interiorana e ordeira.
Primeira República; demofobia; mudança da capital; Revolta da Vacina; Brasil