O objetivo deste trabalho é analisar o discurso do excesso sexual produzido pelo pensamento social brasileiro das décadas de 1920 e 1930 na sua interlocução com o discurso médico da época. De inspiração foucaultiana, o texto inscreve-se no campo da história dos saberes e está subsidiado por documentos sociológicos e médicos do período de referência. No quadro da recodificação vintecentista sobre o imaginário da brasilidade, o tema do excesso sexual foi revisitado pelo pensamento sociológico local, forjando-o ora como um perturbador do projeto civilizatório nacional, ora como um traço que deveria ser positivado por ter sido a condição de possibilidade da hibridização cultural de suas matrizes identitárias.
excesso sexual; miscigenação; pensamento social brasileiro; Casa-grande e senzala; brasilidade