O artigo analisa o fluxo das sensibilidades penais em relação aos cuidados médico-sanitários dispensados aos presos da Casa de Correção de Porto Alegre entre 1855-1888. São observadas a interiorização e a instrumentalização de conceitos como “humanidade” e “civilização”, sobretudo por parte daqueles indivíduos envolvidos diretamente ou com fortes chances de influenciar transformações concernentes às questões penais. Com efeito, além de gerar opinião pública favorável, as apreciações de governantes e notáveis levavam ao desenvolvimento de medidas e práticas concretas que aumentavam os mínimos vitais oferecidos à massa reclusa. Esse processo, entretanto, esteve longe de ser linear e harmônico como demonstram as doenças e a precariedade do cárcere.
prisões/história; doenças/história; cuidados médicos/história; história do século XIX; Brasil