Neste artigo, procuro desenvolver uma abordagem antropológica da narrativa como forma de interpretação da experiência individual e coletiva e como veículo de sentido. A discussão tem como pano de fundo um estudo sobre as novas culturas terapêuticas e religiosas no Brasil, em que são abordados a pessoa, sua experiência e os sentidos dados a essa experiência. A reflexão se debruça sobre duas formas de narrativa que emergiram na pesquisa de campo: as narrativas “terapêuticas” e as narrativas autobiográficas. A dimensão subjetiva e pessoal, marcante nas narrativas contadas pelos “filhos de Aquário” sobre seus itinerários espirituais, encontra no fluxo do conjunto das narrativas outra dimensão, aquela que fala da experiência e de seus sentidos sociais.
antropologia; narrativa; religião