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A sina de curar: a palavra de um terapeuta religioso* * Este estudo relaciona-se ao INECOM, Internacional Network for Cultural Epidemiology and Community Mental Health, liderada por Gilíes Bibeau, Université du Montreal, e Ellen Corin, McGill University, Canadá. A pesquisa “Práticas Familiares e Culturais em Saúde Mental na Bahia” e “Estudo dos Signos, Significados e Práticas em Saúde Mental” tiveram suporte do CNPq., Processos 523829/94.9 e 524250/96-0, sendo bolsistas Adenilson Fonseca, Cláudia Oliveira D’Arede e Mônica Lima, Clarice Mota e Adriana Bastos. Versões anteriores foram discutidas com Luiz Fernando Duarte, Luiz Eduardo Soares, Lia Zanotta, Ondina Leal, Tullio Seppilli, Jean-Michel Vidal e Stanley Yoder. Gilles Bibeau, Naomar Almeida-Filho, Ceci Noronha e Lígia Rangel fizeram cuidadosa leitura, oferecendo comentários e sugestões parcialmente incorporados. Agradecemos ainda a todos que leram e fizeram sugestões a este texto.

Este artigo discute as experiências da vida de um curador afro-descendente, a partir de fragmentos biográficos iniciais, escritos do seu próprio punho e intitulada “Entrada em vida de sofrimento e amargura”. Retornando à tradição antropológica de análise de narrativas e buscando aplicar a proposta de leitura etnocrítica, interpretamos seu discurso para compreender a) sua estratégia narrativa, b) a técnica de construção do texto e c) os significados contextuais do seu discurso, elaborado para reforçar sua condição de sofredor, que constitui o elemento recorrente, a partir do qual ele formula para si uma explicação para sua “sina” de lidar com os sofrimentos e a dor de outrem.

análise de narrativas; cura; etnocrítica; experiências de vida


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