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Oralidade, corpo e memória entre contadores e contadoras de causo gaúchos

Num contexto onde a tradição oral se faz tão presente como na região da Campanha do Rio Grande do Sul, fronteira com Argentina e Uruguai, a observação das performances dos contadores de “causos” permite a consideração de que estas estão inseridas num complexo evento narrativo (Bauman, 1989), onde os diferentes contadores incorporam e reproduzem (incorporated knowledge – Hastrup, 1994), na sua ação mesma de contar, aspectos da memória do grupo. Esta memória revela-se não apenas nos termos do conteúdo das narrativas – no imaginário referido – mas através da própria vocalização e ação corporal intrínsecas à transmissão destas narrativas (Zumthor, 1993, 1997). Para analisar a performance destes contadores através da relação entre memória e corporalidade, elegi quatro caminhos. O primeiro busca identificar de que maneira o intercâmbio cultural característico desta que é uma região de fronteira se manifesta no corpo e na voz dos contadores. O segundo caminho diz respeito à formação do corpo dos contadores no seu trabalho cotidiano. O terceiro viés de análise busca a relação entre a corporalidade e o meio (a paisagem) e o último depara a constituição da corporalidade dos contadores de causo a partir da uma experiência histórica marcante na região, a das guerras.

memória; performance; tradição oral


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