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Ethos "emergente": as pessoas, as palavras e as coisas

O presente artigo reflete sobre o modo como alguns segmentos da "elite" do Rio de Janeiro vêm se servindo dos elementos do universo mercantil para fazerem valer um novo critério classificatório na sociedade brasileira. Com base em análise de material de imprensa sobre a rede de relações carioca conhecida como a "Nova Sociedade Emergente", o argumento central é o de que está em jogo nesse processo de identificação social um ethos que valoriza, concomitantemente, o trabalho árduo e o consumo conspícuo. Tal ethos passou a ser característico de alguns meios sociais a partir de um momento recente de transição na história político-econômica do país. Identifico no jornalismo social o surgimento e funcionamento de um sistema discursivo feito de imagens e notícias que associam sujeitos "bem-sucedidos" ao consumo de bens de alto custo, e que, desde a "abertura dos mercados", na década de 1990, positiva o binômio trabalho/êxito material, fornecendo sustentação simbólica a esse recurso classificatório.

consumo; jornalismo social; sucesso; trabalho


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