Este artigo explora a articulação entre uma pesquisa de ancestralidade genética e a construção social de identidades étnicas no Rio Grande do Sul. Isso é feito através da análise da vida social de um projeto de pesquisa conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Tal investigação estabeleceu a continuidade genética entre a população Gaúcha contemporânea e os presumidamente extintos Charrua, uma etnia indígena que vivia na região do Pampa do estado. Ao longo do desenvolvimento do projeto de pesquisa, a ideia de continuidade genética passou por diferentes configurações, a depender de contextos específicos, sendo afirmada com diferentes níveis de certeza. A presente análise enfoca as condições sociais e genéticas que possibilitaram o estabelecimento de tal continuidade, assim como a afirmação da especificidade genética dos Gaúchos. Finalmente, são explorados os impactos sociais dessa pesquisa, em particular as suas articulações com construções de uma identidade regional diferenciada.
Charrua; Gaúchos; genética; políticas de identidade