Resumo
Seguindo Boas, muitos antropólogos consideram que os processos de aprendizagem não dizem respeito à sua disciplina e temem que essa temática seja atualmente utilizada pelos cognitivistas para anexar a antropologia à sua psicologia inatista. Depois mostrar que o modelo chomskyano interioriza contraditoriamente o esquema escolar da gramática escrita e que, reduzindo a aprendizagem a seu único “despertar” de representações internas, ele não reconhece, de fato, qualquer pertinência com as atividades reais de aprendizagem; este artigo se concentra nas modalidades de aprendizagem de duas atividades de representação gráfica: a escrita e o desenho. Historicamente, parece que a escrita foi sistemática e violentamente transmitida por domesticação e que o desenho pôde ser proibido, mas não transmitido desse modo porque ele constitui uma maneira de ser globalmente autônoma como toda verdadeira aprendizagem. O desenho é sempre bem mais que uma representação mental pelo fato mesmo que a interação com a presença efetiva das representações produzidas é constantemente exigida.
Palavras-chave
aprendizagem; desenho; escrita; representação