Resumo
No presente artigo pretendo apresentar práticas contemporâneas de subsistência adotadas por populações mbya (guarani) no Sul e Sudeste do Brasil, a partir de uma abordagem que articula economia e política, bem como alguns aspectos do xamanismo e ritual. Busco demonstrar como um modelo de reciprocidade assimétrica persiste entre os Mbya em conexão complexa com práticas econômicas que têm no centro o dinheiro e o comércio feito nas cidades. Contra a imagem de “desintegração” de um modelo coletivo de economia a partir de um processo de “individualização” que aproximaria os Guarani contemporâneos da lógica capitalista (conforme proposto por Egon Schaden nos anos de 1940), sugiro que as práticas econômicas contemporâneas conservam os princípios de reciprocidade e ainda otimizam o sistema mbya em sua abertura multilocal.
Palavras-chave
dinheiro; Mbya Guarani; subsistência; trabalho