Resumo
Considerando as reflexões de um jovem guarani que tem como possível destino tornar-se um karai (xamã), a aposta deste texto é etnográfica. Conduzidos por um amigo e interlocutor que acompanho por aproximadamente nove anos, somos levados a diversas especulações sobre o universo e seus habitantes. Aliando sua disposição mitopoiética através de verdadeiras exegeses filosóficas e sua busca por entender corporalmente quem são os brancos através do que chamou de jurualogia, Vera’i passou a demonstrar cada vez mais sua inclinação ao xamanismo mbya. Motivada por seus familiares desde sua infância, tal inclinação passa a efetuar-se na medida em que pessoas começam a procurá-lo em busca de cura e tratamento para suas doenças.
Palavras-chave:
Guarani-Mbya; etnografia; xamanismo; mito