Resumo
Este trabalho toma como objeto a rede de agentes e agências que configura a Pastoral da Criança (organismo de ação social da CNBB) – autodenominada “rede de solidariedade” – compondo uma forma de governo da saúde materna e infantil. O organismo promove “ações básicas de saúde”, “nutrição”, “educação” e “cidadania” para crianças de zero a seis anos de idade dos chamados bolsões de pobreza. Fundamenta-se no trabalho voluntário do “líder da pastoral”, em conhecimentos científicos e burocráticos bem como na mística cristã que uniria fé e vida, amalgamando saberes seculares e religiosos na gestão de corpos maternos e infantis. O artigo discute a relação entre a Pastoral da Criança e o Estado brasileiro a partir da formação de redes de agências e dos fluxos de saberes, pessoas, políticas e dinheiro ensejados na expansão nacional e internacional do organismo, explorando dois eixos: 1) a articulação da Pastoral da Criança com o Ministério da Saúde; 2) a articulação entre a pastoral e a Agência Brasileira de Cooperação.
Palavras-chave:
pastoral da criança; governo; política de saúde; cooperação internacional