Este artigo analisa o modo como a gestação é tratada na Revista da Gestante - em particular a visão de um processo que pode ser em grande parte controlado pela gestante. Nessa publicação as reportagens fornecem, através de um discurso prescritivo, "dicas" para uma gravidez "tranquila e feliz". O foco das matérias é a percepção de uma natureza emotiva à gravidez, durante a qual os sentimentos de medo e ansiedade seriam recorrentes. Através da análise dos sentimentos tematizados, destaco uma visão da gestante como agente autônomo e relativamente isolada do seu círculo social, a não ser pela estreita relação com os especialistas médicos. Consequentemente, o problema do controle de si e das emoções, tema caro às sociedades ocidentais modernas, torna-se uma questão para a gestante.
Gravidez; Mídia; Emoção