Resumo
Este trabalho analisa o movimento de mães que perderam seus filhos, assassinados por policiais militares nas favelas do Rio de Janeiro, como um dos efeitos perversos da política de pacificação das favelas. A luta das mães pela responsabilização e pelo reconhecimento do Estado brasileiro pelas mortes de seus filhos as inscreve em um movimento que mobiliza a maternidade como símbolo central para o engajamento político. É sobre os limites e ambivalências da maternidade que as mães mobilizam as condições para catalisar um espaço de aliança e resistência. A violência perpetrada sobre os filhos também atinge essas mulheres, cujos corpos maternos se tornam protagonistas no enfrentamento à violência de Estado.
Mães; Maternidade; Corpo; Violência; Estado