Resumo
Este artigo parte do contexto dos movimentos sociais contemporâneos e tem como objeto empírico uma rede informal de ativistas jovens auto-referenciada como rolê feminista, cujas relações são norteadas por ideário associado à autonomia, ao faça você mesma e à horizontalidade. Tendo em vista as formas recentes de politização do gênero e da sexualidade, o artigo busca explorar os sentidos nativos atribuídos à autonomia. Assim, olhando para os discursos e práticas ativistas, discuto a sua materialização na prática da okupação e seus desdobramentos – como o escracho – no espaço público. Para tal, dialogo criticamente com a noção de “prefiguração”, apontando, à luz dos dados etnográficos, potencialidades e lacunas. Por fim, chamo atenção para a rentabilidade analítica de rolê frente aos limites da categoria movimento social no período pós-anos 2000.
Movimentos Sociais; Prefiguração; Feminismos; Autonomia; Escracho