Diversos grupos das direitas encaminharam, a partir da posse de Jango em 1961, uma campanha crescente que centrava-se na possibilidade de comunização do país criada pelo governo que então iniciava-se. Através da mídia - jornais, televisão, cinema, bem como por revistas de circulação limitada mas expressiva -, buscaram apresentar que articulava-se, a partir da Presidência da República, a quebra da legalidade constitucional. No entanto, foi o radicalismo de determinados discursos no "Comício da Central" acabou por apresentar-se como o grande agente catalisador da adesão de parcela significativa da sociedade em torno dos propósitos dos diversos atores que articulavam a deposição de João Goulart. A "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" corporificou esta reação indicando que, para uma soma expressiva de brasileiros, a defesa da legalidade constitucional não estava mais nas mãos do governo. Contraditoriamente, para aqueles participantes da "Marcha" , apresentava-se sob a bandeira dos golpistas.
Direitas; Política; 1964