Este artigo discute representações sobre os papéis assumidos pela imprensa no golpe de 1964, na ditadura e na redemocratização, em textos publicados em jornais e revistas brasileiras entre 1984 e 2004. A análise demonstra como as significações atribuídas ao golpe e à ditadura nos textos jornalísticos sobrepõem-se a discursos que vinculam a prática jornalística à defesa da democracia, tendo por base uma oposição simplista entre liberdade de imprensa e ditadura. A associação entre crise, autoritarismo e um passado já encerrado permite a afirmação da democracia como realidade consensual, esvaziada das disputas e tensões que a caracterizam.
imprensa; golpe de 1964; democracia; ditadura