Este artigo analisa as transformações da cultura material e da riqueza no Vale do Paraopeba/MG, ao longo de sete décadas (1840/1914). Parte do pressuposto de que o fim da escravidão numa economia de abastecimento interno modificou profundamente a relação que a sociedade tinha com os seus objetos, bens e equipamentos do mundo doméstico e do trabalho. Dessa suposição procedem as questões relativas à posse de escravos, à valorização das terras, ao fracionamento das propriedades, à dispersão das grandes fortunas depois de 1888. Tais questionamentos só foram passíveis de observação e crítica a partir de um Banco de Dados composto de 761 inventários post-mortem e outros documentos complementares. É a história dessas transformações materiais que se discute neste trabalho.
cultura material; riqueza; economia de abastecimento interno; transição do trabalho escravo; Vale do Paraopeba/MG