Resumo
Amparado na pesquisa de pronunciamentos militares e documentos produzidos pelas “comunidades de informação e segurança”, o artigo analisa o anticomunismo moral sexual disseminado ao longo da ditadura no Brasil. Para esses sujeitos, os comunistas utilizavam o sexo para manipular jovens através de uma estratégia subversiva de destruição da família, principalmente a partir da promiscuidade sexual. A partir dessa perspectiva, demonstramos a politização do sexo e o uso de demarcadores de gênero para desqualificar o movimento estudantil universitário e/ou comportamentos estudantis que se afastavam da moral defendida por esses militares. Essas representações não foram monopólio da ditadura brasileira. Alguns trabalhos mostram a difusão desta agenda anticomunista nas Américas. O artigo aponta a necessidade de uma abordagem que investigue a circulação transnacional desse anticomunismo.
Palavras-chave:
anticomunismo moral sexual; ditadura militar; juventude