Este artigo se baseia no argumento de Philippe Descola de que há uma homologia entre a maneira como as pessoas tratam a natureza e a maneira como se tratam entre si. Ele contrasta os povos jívaro e tukano - o primeiro organizando a relação em termos de predação, o último em termos de reciprocidade. É introduzido um terceiro elemento na comparação: a região das Guianas, onde se encontraria, segundo a hipótese aqui formulada, um certo grau de autocontenção do grupo social e de isolamento diante da natureza. Isto de fato é verdade, mas é também possível identificar, dependendo dos dados e do contexto, relações predatórias e recíprocas com a natureza ou o exterior. É então sugerido que este seja não apenas o caso das Guianas, mas da Amazônia de um modo geral.
Amazônia; Guianas; Predação; Reciprocidade; Animismo