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A psicanálise como linguagem social: o caso argentino

O recente livro de Mariano Plotkin sobre a "cultura psicanalítica" na Argentina suscita amplas discussões sobre o papel da psicanálise na dinâmica das diferentes sociedades nacionais no âmbito da cultura ocidental moderna. É particularmente rico para a comparação entre aquele país e o Brasil, onde também se deu uma difusão importante da psicanálise em período homólogo ao da Argentina. O fenômeno em questão mereceu de Plotkin uma análise muito complexa e minuciosa, reveladora das principais tensões constitutivas da história argentina ao longo do século XX, envolvendo as relações com a psiquiatria e a medicina, com a psicologia, com o "peronismo" e com a militância de esquerda. Sublinho a importância de sua demonstração do caráter de "linguagem social" que assumiu a "cultura psicanalítica" na sociedade argentina; assim como a da descrição do processo de difusão da psicanálise pelos meios de comunicação (que ensejou uma amplitude social de recepção maior do que a que se deu no Brasil). Enfatizo também a relevância analítica de sua demonstração da associação dessa difusão a um "cientificismo" generalizado na sociedade argentina, associado às características peculiares da "modernização" cultural desse país.

Psicologização; Pessoa; Psicanálise; Modernização; Argentina


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