Este artigo descreve a vingança de sangue entre pessoas do mesmo estrato social em uma comunidade camponesa dos Andes colombianos. Embora esta comunidade esteja situada em uma zona de conflito político entre Estado e guerrilha, a relevância de suas dissensões internas é tal que o observador não pode eximir-se de registrá-las. Graves conflitos entre famílias desencadeiam séries de atos de vingança que freqüentemente conduzem ao aniquilamento dos membros masculinos desses grupos. Focalizando um desses conflitos, discute-se a existência de uma cultura da violência, com o objetivo de indicar a necessidade de levar em conta a conflituosidade interna subjacente aos fenômenos de resistência ou rebelião rural que dominam as investigações e os discursos a propósito da violência camponesa.
Violência; Vingança; Colômbia; Camponeses