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Moinhos de vento e varas de queixadas: o perspectivismo e a economia do pensamento

O artigo passa em revista uma série de confrontos entre o que poderíamos chamar de percepções "perspectivistas" e "naturalistas" do mundo: o processo de cristianização do ocidente medieval, o declínio da magia européia, o apogeu e crise da caça às bruxas no início da Idade Moderna e o argumento de um clássico, o Dom Quixote de Miguel de Cervantes. Trata-se, em cada caso, de motivos característicos da grande narrativa do triunfo da razão e do contraste entre o pensamento racional e seus contrários que, examinados em detalhe, mostram porém a coexistência de pensamentos, o caráter imediato e reversível de suas transformações. A noção de perspectivismo permite assim agilizar a descrição histórica das reformas epistemológicas e dessubstancializar as noções antropológicas de "racional" e "não-racional". No final do texto são sugeridas algumas vias de estudo sobre o encontro entre os xamanismos ameríndios (o universo do qual é tomada a noção de perspectivismo tal como aparece no artigo) e suas reelaborações recentes.

Perspectivismo; Literatura; Cervantes; Cosmologia; Ocidente


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